Em um mundo de valores distorcidos onde o bom e generoso pode ser considerado bobo e fraco, a religião vem como uma desculpa furada para a ausência de bondade no coração. Como que uma justificativa dos maus.

A teoria é de que a caridade pertence à Igreja, às religiões, isentando o ser humano.

Assim, os egoístas se eximem da responsabilidade de ajudar o próximo ao não terem uma crença religiosa e se permitem acreditar que o padrão humano é maquiavélico, onde os fins justificam os meios.

Ou seja, vale tudo para se conseguir o que se quer. E é exatamente neste ponto que iniciam todos os problemas, porque se você parar para pensar, um conflito sempre começa quando um quer mais que o outro. Quando alguém se dá mais direito do que o outro.

Uma vez que, no equilíbrio não há desavença. No justo e sensato não há guerra.

A necessidade na existência do Planeta Terra é uma só: convivência social.

O que nos diferencia, e muito, dos animais. E para uma boa progressão das comunidades, os interesseiros e os ambiciosos são antagonistas, pois eles são as fontes das disfuncionalidades do mundo.

É nessa invasão de espaço, nesse desrespeito à individualidade que eles levam o que é do outro. O celular, o dinheiro, as ideias, os créditos e até a integridade.

Além disso, ignoram dores e dificuldades. A fé desse tipo de pessoa é em uma ideia contrária à genuína lei da natureza: Juntos somos mais fortes.

Por isso, ser mau não é pecado. É desajuste de caráter. Pobreza de espírito.

É desequilibrar a natureza e prejudicar todas as vidas do mundo.

Doar roupas e alimentos, preocupar-se com o próximo, ser honesto e verdadeiro não consiste em simples atribuições religiosas. É dever humano. Não é favor, é obrigação de quem se preze, não apenas de quem tem uma religião.

Nenhuma flor cresce sem luz, sem água. Da mesma forma, nenhum povo prospera sem união e colaboração. Enquanto no mundo dos canalhas, a maldade é gratuita e fazer um favor custa caro.

E dentro dessa ideia fora da realidade, os maus ficam livres e os bons cheios de dívidas.

Necessitamos parar com essa disposição para ofender, para mentir e enganar. Urgentemente precisamos parar de odiar de graça e de cobrar quando beneficiamos os outros.

Ninguém diz: Vou fazer essa maldade aqui com você, mas depois você me devolve, ok?

Por outro lado, está cada vez mais difícil encontrar quem tope ajudar sem querer levar uma vantagem.

E isso não tem absolutamente nada a ver com religião. É caráter. Até porque, em muitos casos, nem Deus resolve. E quando sai da igreja, continua sendo o mesmo patife de sempre. Mesmo que seja só nos pensamentos.

Ou mesmo ainda dentro das igrejas, sorrateiramente, incitam o ódio contra as outras pessoas e religiões, fomentando, assim, assassinatos e abusos contra fiéis ou exploração do seu dinheiro.

Mas religião significa “re-ligare”. Ela tem, sim, uma função importantíssima na construção de um caráter benevolente.

Pode ser responsável por esse despertar para uma nova vida. Para um sentido maior do que um simples dia a dia. Além do corpo, faz notar a alma. A nossa e, principalmente, a do outro.

Da mesma forma, com seus ensinamentos e práticas, a religião pode nos levar a sentir o verdadeiro prazer do altruísmo, de se dedicar ao próximo.

Enquanto o mundo está repleto de subterfúgios para as pessoas se autoafirmarem de forma fugaz, é dentro da generosidade e da caridade que o ser humano realmente se acha e se completa.

Sim, a religião pode ser fundamental para o caráter. Você pode, inclusive, rezar e pedir a influência dos bons espíritos, por clemência e misericórdia em relação às suas falhas morais. Mas nada acontecerá se você não quiser mudar.

É uma escolha particular de cada um, em que não há substitutos ou outros responsáveis. O caráter prevalece sobre tudo. O livre arbítrio é intransferível.

Ou seja, a decisão de apertar o gatilho da arma ou do egoísmo e da desonestidade, no final das contas, sempre será sua, irrestritamente.

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