Frequentemente, questiono o que faz de uma pessoa generosa ou egoísta.

Como podemos ter mundos tão diferentes de concepção da vida, de aptidão para o altruísmo e para a empatia?

Todos nós um dia já nos deparamos com uma situação onde somos paralisados pela sensação de “Como ela pode fazer isso?” Sim, às vezes, é difícil entender tamanha maldade. E a bondade está tão fora de moda que quando acontece vira notícia nos jornais.

Quantos favores simples já nos foram negados? Um telefonema ou só cinco minutos, mas as pessoas declinam em auxiliar e a gente fica pasmo sem saber o porque. Por outro lado, existem aqueles que param seu dia para nos ajudar a resolver um problema.

Nosso coração se enche de alegria e, principalmente, de otimismo em relação à humanidade. É bom demais entender que há pessoas dispostas a darem um pouco de si, a ceder o lugar, quebrar um galho ou consolar. Disponíveis a nos fazer os gestos mais simples, mas que são gigantes dentro do nosso coração.

Bom, apesar de todas as influências que o nosso coração sofre durante a vida, a decisão final, de ter determinada atitude ou não, sempre será nossa.

Como no caso das famílias que passavam por um inverno bem rigoroso numa cidade gelada entre as montanhas.

Logo que o sol caía, se via, pela chaminé do vizinho da casa amarela, a fumaça de seu fogão a lenha que aquecia a casa toda.

Porém, os últimos verões tinham sido bem difíceis para os vizinhos da casa azul e da casa verde, que não conseguiam acumular lenha e buscavam outras formas nada eficientes para se aquecerem.

Certo dia, os três vizinhos se encontraram saindo de suas casas:

– Como foi a noite, vizinhos?

– Fria.

– Muito fria.

– Imagino. Que o próximo verão seja bem mais proveitoso para todos nós. Replicava o vizinho da casa amarela bem aquecida.

Então, o verão chegou e os vizinhos das casas azul e verde acumularam lenha suficiente para além da temporada e, dessa vez, não passariam frio.

Já o vizinho da casa amarela, por sua vez, viu sua lenha acabar logo no início do inverno seguinte.

Na casa azul, a mulher do vizinho sugeriu:

– Marido, o vizinho do meio deve estar sem lenha. E nós temos sobrando.

– Ano passado não tínhamos lenha e ele não nos ajudou. Não vou dar minha lenha pra ele.

Na casa verde, o filho do vizinho indagou:

– Pai, onde o senhor vai com toda essa lenha?

– Levar para o vizinho da casa amarela.

– Mas, no inverno passado, ele não nos deu nada!

– Se não nos ajudou, meu filho, é porque não tinha o suficiente, tanto que acabou.

Então, o vizinho da casa verde saiu no frio congelante carregando sua lenha, enquanto o vizinho da casa azul repousava em sua poltrona com a casa aquecida.

O vizinho da casa amarela não pode conter a emoção de ver a lenha que lhe era ofertada, pois seus filhos tremiam de frio.

E o abraço apertado entre os dois selou o sentido da vida.

MORAL DA HISTÓRIA 

O egoísta sempre tem uma desculpa. E o generoso também.

Portanto, em um mundo onde você pode ser qualquer coisa, escolha ser legal.

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