A menina e sua gestação nos faz o alerta dramático de uma triste e comum violação. Tabu que deve ser quebrado. Precisamos falar disso. Aliás, já estamos atrasados nesse assunto.

Infelizmente, tirar proveito da vulnerabilidade infantil é algo muito antigo e frequente. Uma prática abominável e silenciosa que, muitas vezes, se passa de baixo do nosso próprio nariz.

E por que não percebemos?

Porque, segundo dados do Governo Federal, o algoz é alguém da família em 76% dos casos. Eles citam mães, pais, avôs, irmãos, madrastas, padrastos, tios, primos, sobrinhos e familiares em geral. As babás também fazem parte das estatísticas.

Hoje, no Brasil, a cada 30 minutos se recebe uma denúncia neste cunho. E, pasmem, oito em cada dez destas denúncias apontam a casa da vítima ou do suspeito como o local da violência.

Números, esses, baseados apenas nos casos informados, enquanto a grande maioria das crianças ameaçadas e amedrontadas, envergonhadas e traumatizadas, não consegue falar.

Exatamente, como no caso desta menina, onde só se descobriu o que já acontecia há anos devido à gravidez.

Geralmente, quando pensamos na menina e sua gestação temos a imagem de um malfeitor cometendo esses atos. Mas precisamos entender que nem sempre é uma violação feita por doentes e pervertidos. E ela acontece com muito mais frequência do que imaginamos.

Qualquer pessoa pode ser capaz. É duro de aceitar, mas necessário.

Em primeiro lugar, o instinto sexual é algo de extrema relevância para o ser humano tanto quanto a fome e todas as necessidades básicas.

O homem, principalmente, tem uma libido mais ativa e dinâmica que precisa ser liberada em um curto intervalo de tempo. Isso faz com que seu desejo seja constante e, da mesma forma que a ocasião faz o ladrão, ela também faz um abusador.

Por isso, um alerta importante:

Evite deixar seus filhos sozinhos com qualquer pessoa.

Tomar banho, com parente ou não, deve ser proibido. Dividir a cama está fora de cogitação. Brincar com vizinhos ou primos mais velhos também pode colocá-los em risco, principalmente, se longe dos seus olhos.

O avô pode fazer de tudo pelo neto. Inclusive ser gentil e amável e, mesmo assim, violá-lo. Até o pai entra nestas estatísticas, muito mais do que nosso estômago pode aguentar.

Mas quando se trata de um impulso tão forte no ser humano, qualquer um pode ser um abusador em potencial, responsável por uma outra menina e sua gestação. Essa violência não tem cara

Outra questão é a imaturidade nesse campo. Adultos que tiveram falhas em seu desenvolvimento psicossexual, às vezes, causado pelo mesmo tipo abuso, tendem a procurar vulneráveis para liberar sua libido.

Incapazes de se envolverem com pessoas de igual para igual, crescem em segurança diante da fragilidade de uma criança. E somente nestas situações sentem-se confortáveis com sua própria sensualidade.

Há também quem cometa abusos por pura perversidade. Principal motivação das mulheres a serem tais vilãs, igualmente a todas aquelas pessoas que sentem prazer em submeter o outro. Em ferir fisicamente ou psicologicamente.

E não existe maior violência do que essa, primordialmente, contra uma criança

Por fim, o grupo que envolve a pedo_filia. Uma doença criminosa que não tem cura e, inclusive, segue um ciclo interminável de abusados que se tornarão os algozes do futuro.

Equivocadamente, porque aprenderam desde criança que esta é a forma de se relacionar intimamente.

É importante salientar que, para quem viola uma criança, pode ser apenas uma “brincadeira”, embora nunca o seja, mas, para a vítima, é uma corrupção que resultará em drásticas consequências para o resto da vida, mesmo no mais sutil toque.

E não causam danos apenas no âmbito da sensualidade. Também, envolvem distúrbios psíquicos gravíssimos de todas as naturezas.

Afetam caráter, personalidade e comportamentos. Não raro, destroem a vida destas crianças e adolescentes que levam o trauma consigo para sempre.

Aliás, muitos problemas mundiais no âmbito coletivo podem ter sua origem, inesperadamente, em tais crimes de violação do corpo infantil e nos adultos que os mesmos se transformaram.

Não há autoestima que resista a uma violência deste tipo, principalmente, vinda de alguém que deveria amar e proteger.

Assim, originam-se, também, transtornos psicossomáticos, como, por exemplo, dores crônicas gerais e hipocondria.

Além disso, provocam alterações do sono e pesadelos constantes, além de problemas gastrointestinais e desordem alimentar, entre elas bulimia e anorexia.

A criança também pode apresentar dificuldade para demonstrar sentimentos, entrar em isolamento ou ter problemas de relacionamento interpessoal.

Inclusive, é possível que se torne muito ansiosa ou entre em depressão, mesmo anos depois do trauma, devido a algum gatilho que remeta às violações sofridas.

Muitas vezes, a violação infantil está por trás do consumo de drogas, álcool, ideias e atos suicidas, assim como dos transtornos de personalidade do adolescente ou adulto.

Quanto às disfunções sexuais, podem ocorrer as mais diversas. Desde uma ojeriza ao ato como uma promiscuidade sem limites.

Que a menina e sua gestação seja um alerta gritante à nossa sociedade, pois, a violação da intimidade infantil, provavelmente, é o crime que mais acontece no mundo. E, de certo, o que mais traz sofrimentos à vida de um ser humano, muitas vezes, insuperáveis.

Por isso, não confie em ninguém. Proteja seus filhos.

Observe mudanças de comportamento, no geral ou com determinadas pessoas.

Converse com ele. Exponha o quão errado está qualquer pessoa tentar tocar suas partes íntimas. Peça para ele contar se algo acontecer. É um assunto muito grave.

Mais do que proteger o corpo da criança, você evitará uma violação da alma dela, porque um abuso mesmo superado, é para sempre. Por isso, tome todos os cuidados.

Pois, ficamos chocados com o caso da menina, mas mal sabemos que isso pode estar acontecendo dentro da nossa própria casa neste exato momento.

Se for o caso, denuncie através do numero de telefone 130.

Mais informações sobre o assunto nos links abaixo:

Cartilha sobre violação infantil.

Informações sobre consequências do abuso infantil.

Dados sobre violação de crianças e adolescentes no Brasil

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