Por que você tem tanto medo de dizer não? Evite o “vou ver e te ligo” descobrindo a paz de um não. Diga com amor e tudo bem.

Vivemos em uma sociedade onde dizer “não” é estressante devido à incapacidade de se entender e aceitar que nem sempre é possível fazer favores ou estar disponível.

E vários fatores influenciam nessa decisão como o tempo, o humor e a relação entre as pessoas, mas a grande mentora das desculpas esfarrapadas é a culpa.

Então, alguém nos pede um favor ou faz um convite que sabemos que não poderemos cumprir, em vez de resolver com uma simples negação, damos início a uma bola de neve de escusas. “É uma boa”, “Quem sabe”, “Te ligo”.

Tem aqueles que, inclusive, confirmam, mas depois deixam no vácuo até no zap porque simplesmente possuem uma enorme dificuldade de negar compromissos.

Então, criam uma atmosfera ruim, prejudicam a relação, ficam nervosos e incomodados cada vez que a pessoa insiste.

Às vezes, pode ser o fim de uma amizade, algo que poderia ser resolvido com um simples “Desculpa, não posso”.

Certamente, atitudes assim enfraquecem a sua palavra e podem, até mesmo, colocar seu caráter em dúvida. Então, a cada cobrança, uma nova desculpa para encobrir a leviandade anterior.

Além de gerar um desconforto para quem lhe solicita, você cria estresse e ansiedade para si mesmo. Também desperdiça seu tempo fingindo e fugindo de pessoa com medo de dizer “não”.

Desta forma, acontece um desgaste de energia totalmente desnecessário e negativo. E na tentativa de não perder interesses ou não chatear o outro, acabamos ferindo muito mais com uma personalidade vulnerável, com a falta de compromisso e a fraqueza de não saber manter a própria palavra do que com um rápido e suave “não”.

Diga não sem medo, mas lembre-se que existe um outro lado dessa moeda:

A incapacidade de se aceitar o “não” devido à muita fragilidade e falta de autoestima.

Muitas vezes, não compreendemos que a impossibilidade do outro não tem nada a ver com a gente e, por isso, levamos para o lado pessoal. Assim, em vez de respeitar a decisão alheia, instintivamente criamos um desejo de revanche.

Então, esperamos pelo momento certo para devolver o não por pura frustração. Ou punimos com outras atitudes, outros cortes. Somos indiferentes não pelo desinteresse, mas por pura mesquinharia. Mudamos o modo de tratar um amigo e prejudicamos uma relação saudável por um ego frágil e inabilitado para o “não”.

Saber dizer e aceitar uma negativa é muito mais maduro. Caso não aceitem seu “não”, virem a cara ou não lhe procurem mais, melhor. Isso certamente o levará a relações mais verdadeiras e adultas porque compreender um não é respeitar, enquanto dar desculpas furadas é infantilidade, quando não fere a índole.

Portanto, nada melhor do que ser sincero e tirar o peso de uma responsabilidade que você não quer ou não pode assumir, simplesmente, dizendo “não”.

Entretanto, não permita que a culpa o deixe nervoso para falar com amor, educação e sem defesas. Simplesmente diga não. Sem criar monstros.

Da mesma forma, aceite com lucidez a impossibilidade do outro. Pense nas tantas coisas que já fizeram juntos, nos tantos galhos quebrados. E responda “Não tem problema, eu entendo”. E vida que segue.

Sem bateção de portas e com mais portas abertas, até porque, aceitar um não pode nos trazer muitos outros “sins” da vida.